Cães vorazes

Ver “conservadores” e “lacradores” como verdadeiros cães sarmentos e vorazes foi “de matar”. Apenas miraram no alvo e atacaram, sem piedade…

Cada polêmica, seja de ordem política, religiosa ou seja lá o motivo, é uma ótima oportunidade para saber com quem se deve manter amizades, ainda que virtuais. E desde o último fim de semana, eu fiz isso com tamanha indignação, mas também com satisfação. Quanto menos gente imbecil à minha volta, melhor para a paz de espírito.

Eu não queria tratar sobre o assunto. Não acho que minha opinião importa. Mas não aguentei ver tanta estupidez sendo capitalizada em cima do drama da pobre menina que engravidou aos dez anos, supostamente vítima do próprio tio (o caso já está sob investigação e o acusado já está preso). Como era de se esperar, uma penca de debilóides aproveitou-se disso para fortalecer sua sanha político-ideológica.   

Antes de prosseguir, preciso dizer: Sou contra o aborto. Não apenas por eu ser cristão, mas por considerar toda vida preciosa. Porém, há casos excepcionais em que é preciso fazer uma escolha, no caso, quando haja risco à vida da mãe. São outros “quinhentos”. A ética cristã dá esse respaldo e nos permite refletir. Creio que, esgotadas todas as possibilidades de salvar todos os envolvidos, seria o caminho – tortuoso – a ser seguido. Não ficou claro se foi exatamente esse o caso da menina em questão. Mas o aborto aconteceu.

Ver “conservadores” e “lacradores” como verdadeiros cães sarmentos e vorazes foi de matar. Apenas miraram no alvo e atacaram, sem piedade. Não respeitaram a dor da família por ver alguém tão indefesa naquela situação. Até o nome da menina chegou a ser publicado nas redes sociais. Foi um tremendo “espetáculo” midiático, tomando por enredo a dor e o sofrimento alheiro. Um absurdo.

Na boa, quem capitaliza, para fins políticos, em cima do drama de alguém, é uma praga de ser humano. Pois deixa claro que a preocupação não é com a pessoa em si. Não se importam com as vidas. Mas sim em escancarar seus ideais políticos, seja ele de direita, esquerda, centro, diagonal, de ponta a cabeça ou sei lá.  

Ainda irritante são aqueles que não leram nada a respeito do caso, não se aprofundaram, mas omitiram suas opiniões na base da “boa e velha” fake News. Li muitos absurdos sendo publicados nas redes sociais, como por exemplo de que os cristãos, ao defenderem a vida do bebê, automaticamente, estariam defendendo o estuprador. É pedir para ser estúpido.

Para mim – e para muita gente séria nesse país – estuprador deve ser condenado com o rigor da lei. Não entro no mérito da castração química, física ou psicológica. Mas, no mínimo uns bons anos de “tranca”, conforme nossas leis determinam, para que o autor entenda a gravidade de seus atos. E não me venham com esse papo de “cadeia não resolve”. RESOLVE SIM!  

Porém, quem faz do drama de inocentes um verdadeiro “show de horrores” merece o ostracismo. Nem deve ser ouvido. É o que tenho feito. Não tenho a pretensão de só ter em minhas redes sociais gente que partilha do mesmo pensamento que eu. A pluralidade de ideias e cosmovisões é uma dádiva, quando no campo do respeito e da cordialidade. Mas quem vale de sua ignorância para mostrar quem é de fato, sem respeito ou humanidade, desse tipo eu me esforço para manter distância.

Publicado originalmente no portal Cristianismo Inconformado, site que também administro.

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