
Hoje, 25 de maio, é celebrado o “Dia Mundial do Orgulho Nerd”. Ou Geek. Nem sei ao certo se é internacional mesmo. Mas é uma data emblemática, pois envolve um rico universo – por milênios ignorado e desprezado pela maioria das pessoas – composto por pessoas inteligentes, ávidas por conhecimento e pela diversão, independente do que outras pessoas dissessem.
Bom, é difícil definir ao certo o que é ser nerd, geek e afins (as “categorias” são tão diversas quanto as vertentes do Rock). Mas por muito tempo, se você gostasse de quadrinhos, filmes de ficção científica ou se apenas usasse uma camiseta de algum super-herói, já seria atestado de “gente estranha”. Hoje, com o grande sucesso que filmes da Marvel, DC e outros grandes “blockbusters”, gostar de coisas assim já não é mais tão estranho.
Eu entrei nessa “pegada” por volta de 2010. Na verdade, foi mais uma identificação. Nunca fui um gênio (exatas nunca foi meu forte), mas sempre fui curioso quanto a muita coisa. Buscava conhecimento sempre que podia, por meio de livros, revistas, documentários. Gostava de super-heróis, embora não fosse leitor assíduo de quadrinhos. Mas lia bastante sobre quadrinhos. Tinha lá minha predileção por alguns filmes, mas nunca cheguei ao nível de cinéfilo.
Eu nunca fui muito sociável, não saia para roda de cerveja entre amigos; odiava filmes do naipe de “American Pie”. Futebol? Só na Copa do Mundo. Então, quando descobri que havia um “grupo de pessoas” com muitas das características com os quais me identificava, logo me veio o estalo: “Taí! Sou nerd!”. Some isso à ocasião em que eu comecei a usar óculos. Na minha cabeça, foi só unir o ‘util ao agradável’.
Daí, comecei a visitar eventos especializados (os “animes” da vida), consumir mais coisa relacionadas, me inteirar mais sobre os universos DC, Marvel, Star Wars, etc. E, claro, me tornei um fã espetacular da série The Big Bang Theory. E a fazer, em praticamente todas as fotos que aparecia a saudação vulcana eternizada por Leonard Nimoy em “Star Trek”, igual um roqueiro com a mão chifrada.
Foi uma fase legal, divertida; conheci muita gente legal e descobri muita coisa. Mas aí eu me dei conta de algo que, até já sabia, mas não admitia: eu não ne encaixava em nada. E com o mundo nerd/geek não era diferente. Tipo assim, o nerd raiz sabe exatamente quantos uniformes o Batman já usou desde sua criação nos anos 30; sabe quantos planetas Darth Vader visitou para enfrentar opositores do Império ou quantos km/h em média faz uma vassoura numa partida de quadribol (e eu sequer assisti mais que dois filmes de HP).
Aos poucos, fui percebendo que talvez eu não seja tão nerd assim. E fui “desencanando”, à medida que ia tendo mais confiança em mim mesmo o suficiente para saber que não preciso me associar a um grupo para reafirmar quem eu sou. Não que eu tenha algo contra quem assim procede. Mas comigo é outra “vibe” agora. Ainda gosto de muita coisa desse universo e ainda continuo me identificando com algumas coisas. Mas estou mais preocupado em ser um “Fábio” melhor, batalhando para ter ao menos uma vida próspera, sem preocupar-se com rótulos ou estereótipos.
Ressalto: não estou fazendo nenhuma crítica aos nerds, geeks, otakus, gamers e afins. Todos são fantásticos e pessoas maravilhosas. Mas a mim só me cabe isso mesmo: admirar. E talvez partilhar alguma coisa ou outra em comum. Para a maioria dos meus conhecidos eu ainda sou o “nerd” estranho e antissocial que prefere uma noite de sábado em casa maratonando Star Wars ou Strangers Things a um rolê regrado a cerveja e sertanejo universitário no volume máximo. E até prefiro que pensem assim.

É isso. Então…. vida longa e próspera!

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