Escolhas…

Nossas escolhas dizem muito mais sobre o que nós somos do que sobre o que queremos ser

Desde que conseguimos nos lembrar, ficamos diante de tomadas de decisões. E bem mais que isso, logo cedo também começamos a refletir sobre cada uma delas e suas devidas consequências. Das mais simples às mais estrambólicas. Das mais simples às mais dolorosas…

Eu, por exemplo, lembro que aos cinco anos decidi que seria uma ótima ideia balançar na rede de forma frenética com meu irmão mais velho, imaginando que estávamos numa “espaçonave”. Resultado: uma das cordas rompeu e fomos ao chão. Não lembro de muita coisa depois, pois desmaiei por alguns minutos devido a pancada na cabeça.

Aos nove anos, ao ser fortemente caçoado por um colega da escola, decidi que a melhor forma de me defender seria pegar uma pedra e atirar com toda a força. Bem na testa do “infeliz”. Mas o que na minha cabeça foi um ato de bravura me rendeu uma suspensão (e uma boa surra da minha mãe) pelo ocorrido.

Aos 17 anos, já com título de eleitor em mãos, decidi em quem votaria nas eleições daquele ano. Ainda me lembro dos nomes de cada um e o porquê de estar votando neles. Uns por influência do meio em que eu vivia, como família e igreja. Outros porque achei que seria uma boa dar um “voto de confiança”.

Aos 18 anos, já no finzinho do Ensino Médio, decidi que cursaria jornalismo. Não sabia muito sobre essa profissão, mas tinha uma ideia. Gostava de ler, me informava por jornais, revistas e TV. E essa é a profissão que exerço desde então, o que me rendeu prestígio, conhecimento (e muita dor de cabeça, além de gastrite, distúrbio do sono e diabetes).

E mais recentemente, decidi me casar com a mulher que amo. Entre idas e vindas, foi um relacionamento que amadureceu num período de dez anos (me julguem!). Tivemos a certeza de que agora queremos prosseguir juntos nesse caminho e assim será. Data marcada, passagens para a lua-de-mel compradas. Agora é só prosseguir.

A verdade é que nossas escolhas, bem mais que uma questão de expectativas, refletem a realidade. Dizem muito mais sobre o que somos que sobre o que queremos ser. Envolvem nossa visão de mundo, nossa experiência, a forma como encaramos a vida e suas múltiplas possibilidades.

Também é qual a um salto de fé ante o desconhecido. Confiança numa força maior que nos guiará, ainda que, para muitos, essa força seja concentrada no ego. Mas não se trata de um mero voo cego. Mas na certeza de que o chão onde pisamos é firme e nos levará aos nossos objetivos.

E ainda que nossas escolhas sejam aparentemente ruins (e algumas de fato são), não será o fim. Aprenderemos com as consequências. Vamos amadurecer e apurar nossa visão e, nos passos que virão, saberemos exatamente em qual pedra teremos que pisar, de quem deveremos nos afastar e qual discurso ouvir. É o nosso ser em constante aperfeiçoamento.

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